PDCA: 4 dicas para aprender com esta ferramenta
QC Story

04 de julho de 2016

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

PDCA: 4 dicas para aprender com esta ferramenta

Você sabe o que é PDCA?


Muitos roteiros foram desenvolvidos ao longo dos anos para se trabalhar com melhorias de processos e produtos. Todos estes assuntos são abordados na Certificação Lean Six Sigma Green Belt e Black Belt. Neste artigo listaremos os mais importantes e daremos mais foco ao PDSA:




Você o que é QC Story?


O roteiro escolhido para este artigo é o QC Story, desenvolvido no Japão pelo Union of Japanese Scientists and Engineers (JUSE) Research Comitee.




[caption id="attachment_16689" align="aligncenter" width="540"]História QC                                                                 [/caption]

PDCA: história do QC


O método QC Story (ou história da melhoria da qualidade) tem sido amplamente utilizado pelos Círculos de Qualidade para documentar sua trajetória nos projetos de melhoria. Ter uma estrutura e uma linguagem comuns ajuda as pessoas que trabalham em um projeto a contar sua “história” para os gestores e outras partes interessadas no projeto. Há sete passos para “contar” a QC Story:





  1. Situação: identifique o problema ou oportunidade de melhoria (plano e definição do problema):





  • Relate a história;

  • Afirme a prioridade e o impacto;

  • Refira-se à estratégia, clientes e funcionários;

  • Defina o tema para o projeto de melhoria;

  • Organize uma equipe para o projeto de melhoria;

  • Crie o contrato do projeto de melhoria.




  1. Observação e dados: compreenda a situação:





  • Compreenda as circunstâncias atuais;

  • Colete e exiba graficamente os dados;

  • Estabeleça metas de melhoria.




  1. Análise: descubra as principais causas:





  • Estabeleça hipóteses para as causas;

  • Teste as hipóteses;

  • Decida-se sobre melhorias.




  1. Ação: elimine as causas:





  • Planeje a execução das melhorias;

  • Execute melhorias.




  1. Estudo: confirme a eficácia da ação:





  • Verifique se os resultados melhoram.




  1. Padronização:





  • Estabeleça métodos de controle;

  • Atualize os padrões e normas apropriados;

  • Implemente educação e treinamento;

  • Estabeleça inspeções.




  1. Conclusão: reveja as atividades e planeje trabalhos futuros:





  • Reveja as atividades;

  • Planeje os próximos passos;

  • Que outros problemas nós identificamos durante este trabalho?


Você sabe qual é o foco do QC Story?


Os promotores desta estrutura ressaltam que as sete etapas do método não descrevem necessariamente a ordem específica em que o problema foi resolvido. Como a resolução de problemas geralmente requer uma grande dose de interação, durante o projeto muitas vezes é necessário voltar a uma etapa anterior conforme novos dados sejam encontrados e as análises forneçam uma nova compreensão do problema.


PDCA: apesar de preferirmos e utilizarmos mais o PDSA em relação ao PDCA, devemos reconhecer: ambos são ótimos. O problema, ao meu ver, é que por mais simples que seja o conceito, as não pessoas em geral não o utilizam do jeito certo.


planilha PDCA

Como fazer seu PDCA?


Mostre a todos que você domina e aplica a ferramenta de maior sucesso para melhoria!

É um método para solução de problemas cuja causa não é conhecida ou “não está na cara”. Geralmente, são problemas que não foram resolvidos, apesar de várias tentativas de solução.


  1. Plano





  • Levante o histórico do problema - qual a frequência? Como ocorre?

  • Mostre as perdas atuais e os ganhos possíveis – O que estamos perdendo e o que vamos ganhar se resolvermos?

  • Coloque uma data limite para solucioná-lo

  • Descubra as características do problema por meio de uma Folha de Verificação- Em que dia da semana ocorre mais? De manhã ou a noite?

  • Ocorre?

  • Elabore o cronograma de solução do problema

  • Estime o orçamento

  • Defina uma meta para o grupo

  • Levante as possíveis causas

  • Escolha as mais prováveis

  • Teste suas hipóteses! Não vale achismo

  • Limpe o Ishikawa descartando as improváveis

  • Levante, com a galera, as possíveis soluções para eliminar as hipóteses provadas! Mas corra atrás do conhecimento específico para isso.... Não venha com ideias furadas. Pesquise. Google tá aí para isso.

  • Faça o Plano de Ação

  • Levante o custo das ações

  • Defina os recursos

  • Refine o cronograma

  • Veja se algo pode dar errado




  1. Ação





  • Comunicar e/ou treinar quem vai participar das ações do plano. Cada deve entender bem o que foi definido.

  • Olho no prazo combinado para cada ação

  • Anote tudo! Os bons e maus resultados que ocorrem, para ajustes necessários. Aprendemos mais com os maus, do que com os bons!




  1. Verifica!





  • Verificar se o que foi planejado está mesmo implantado

  • Comparar os resultados “antes e depois” e verificar se atingirmos a meta

  • Conferir se a causa do problema foi mesmo eliminada


Não deu certo?

Fique tranquilo e regresse à fase do Plan!


  1. Agir





  • Definir, em documentação, como deve ser feito de agora em diante. (Padronizar o que deu certo)

  • Garantir a comunicação eficaz das alterações nos procedimentos

  • Promover a educação e treinamento no local de trabalho para todos os envolvidos. Elaborar Manuais.

  • Acompanhar a utilização do novo padrão

  • Estabelecer um sistema de verificação periódica

  • Analisar os resultados com todos os envolvidos, utilizando gráficos, tabelas.




  1. Finalização




Analisar cada etapa do método do PDCA, fazendo as perguntas:

  • O cronograma foi cumprido? Motivos?

  • O diagrama de causa e efeito teve uso correto?

  • Todos do grupo participaram?

  • O que deu certo? Por que?

  • O que falta para melhorar mais ainda?

  • O que aprendemos?


Mas como desenvolver o QC Story do PDCA?


Para começar a desenvolver uma compreensão mais profunda sobre o PDCA, considere os 4 pontos que vamos falar agora:


1) Os sistemas adaptáveis e em evolução, precisam de experimentação. Como o caminho à frente é uma zona cinza, se quisermos avançar, devemos experimentar. Uma condição-alvo, por exemplo, é apenas uma configuração para conduzir seus experimentos.

2) As hipóteses só podem ser testadas por meio de experimentos. Não podemos testá-la por meio da discussão, opinião ou julgamento. É melhor testar do que discutir. Afirmações do tipo “Eu acho que...” muitas vezes, são inúteis. É melhor parar de falar e dar um passo; testar o mais rápido possível, geralmente primeiro em pequena escala, de modo que você possa enxergar mais longe com base nos dados e fatos. Isto é o PDCA.


3) Para que um experimento seja científico, deve ser possível que a hipótese venha a ser refutada. Esse ponto é um pouco mais difícil de entender, mas nos aproxima do que a Toyota faz. O executivo examina um esquema de nivelamento heijunka de um processo e simplesmente aprova. O certo seria perguntar “atualmente, o que está lhe impedindo de operar dessa maneira?”. Além dele, deve-se observar que o gestor da fábrica não está conectado ao conceito, quando planilha implementar sistemas de produção puxada em toda sua instalação.  Ele deveria se perguntar primeiro, o que está impedindo a sua equipe de ter a produção puxada.



Como o PDSA poderá estruturar Experimentos?


Se assumirmos que a qualquer momento algo que foi planejado pode não funcionar como pretendíamos, ou seja, que sempre é possível que a hipótese venha a ser falsa, então nos manteremos ligados para o que aprendermos ao longo do caminho. Se acharmos que tudo pode funcionar como o planejado, então nós facilmente ficaremos cegos para a realidade e tendemos a simplesmente pressionar por mais disciplina na execução do plano. Se esperarmos que tudo pode funcionar como planejado, então vamos parar de melhorar e nos adaptar.


4) Quando uma hipótese é refutada, podemos adquirir uma nova percepção e desenvolver mais a nossa capacidade. Imagine um cientista derramando vagarosamente e simultaneamente dois copos de um líquido claro sob um exaustor. O cientista previu que a combinação desses dois líquidos produzirá um liquido verde. Quem tinha aquele jogo de Química quando criança, certamente lembra de algo assim.


Se a mistura resultante realmente ficar verde, então o experimento confirmou algo que o cientista já acreditava ser verdade. Ele não aprendeu algo novo, pois apenas confirmou suas ideias já concebidas.


Por outro lado, se a mistura dos dois líquidos explodir e o cientista ficar coberto de cinzas enquanto segura dois copos quebrados, ele está prestes a aprender algo novo. Digo isto, pois aprendemos com os fracassos porque eles revelam fronteiras na capacidade atual do nosso sistema. Problemas são joias. Eles nos mostram o caminho em direção a uma condição-alvo. Você precisa perder o alvo de tempos em tempos (em pequena escala) para enxergar o próximo passo apropriado.



E por que não agimos assim?


Isto é fascinante. Quando você analisa o quanto nós, como líderes, gestores e executivos tentamos fazer parecer que tudo está indo bem e conforme o planejado, aposto que levará um choque. A principal razão para conduzir um experimento não é testar se algo vai funcionar, mas aprender o que não vai funcionar como esperado e, com isso, o que precisamos fazer para nos manteremos avançando.


É isto que pregamos em nossas certificações Green Belt, Black Belt, Master Black Belt e Lean. Todas elas têm como pano de fundo os experimentos que nos levarão a prender muitas coisas necessárias ao alcance das metas.


Dica: A certificação Lean Six Sigma Green Belt é destinado a profissionais das mais diversas áreas de atuação que querem realizar projetos de alto impacto em suas organizações ou que queiram se preparar para o mercado de trabalho tendo um certificado de peso em seus currículos.  Também se destina a profissionais que desejam conquistar uma vaga na área de Qualidade, Processos, Melhoria Contínua e Projetos, bem como avançar na hierarquia da empresa.


PDCA
Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

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