O que é logística reversa? Qual é seu impacto?
Melhoria de Processos

11 de setembro de 2017

Última atualização: 28 de abril de 2023

O que é logística reversa? Qual é seu impacto?

As empresas implementam a logística reversa por várias razões, incluindo responsabilidade social, conformidade legal, economia de custos e satisfação do cliente. Quando executada corretamente, a logística reversa pode trazer benefícios significativos, como redução do desperdício, conservação de recursos naturais, melhor reputação da marca e oportunidades de negócios sustentáveis.

Neste artigo você irá entender um pouco mais sobre o que é a logística reversa, como funciona e como aplicá-la na sua empresa.

O que é logística reversa?

A logística reversa representa todas as operações relacionadas à reutilização de produtos e materiais.

É "o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e econômico de matérias-primas, inventário em processo, produtos acabados e informações relacionadas desde o ponto de consumo até o ponto de origem com o objetivo de recuperar valor ou mais precisamente, a logística reversa é o processo de transferência de mercadorias ao seu destino final típico com o objetivo de capturar o valor, ou disposição adequada.

Quando falamos da logística reversa, devemos ter em mente as ferramentas que nos ajudam a entendê-la:

Atividades de remanufatura e remodelação também podem ser incluídas na definição de logística reversa. O processo inclui a gestão e a venda de excedentes, bem como equipamentos devolvidos e máquinas do negócio de locação de hardware. Normalmente, a logística aborda eventos que trazem o produto para o cliente. No caso da logística reversa, o recurso vai pelo menos um passo atrás na cadeia de suprimentos. Por exemplo, os bens se movem do cliente para o distribuidor ou para o fabricante.

Quando o produto de um fabricante normalmente se desloca pela cadeia de suprimentos, é para chegar ao distribuidor ou ao cliente. Qualquer processo ou gerenciamento após a venda do produto, envolve logística reversa. Se o produto estiver com defeito, o cliente retornaria o produto. A empresa de fabricação teria que organizar o envio do produto defeituoso, testando o produto, desmontando, reparando, reciclando ou descartando o produto. O produto viajaria em reverso por meio da cadeia de suprimentos, a fim de reter qualquer uso do produto defeituoso. A logística para tais assuntos é a logística reversa.

Torne-se referência em Gestão de Transportes; aplique conhecimento e seja capaz de aumentar a qualidade dos serviços e reduzir custos. Gerencie projetos relacionados ao setor de transportes, com uma visão ampla de logística, e proporcione noções importantes de entregas da empresa.

Curso Gestão de Transportes

Quais os 3 objetivos da logística reversa?

A logística reversa é um processo de gerenciamento que envolve o retorno de produtos, materiais e embalagens ao longo da cadeia de suprimentos, geralmente do ponto de consumo de volta aos fabricantes ou outros pontos no ciclo de vida do produto. Os três principais objetivos da logística reversa são:

  • Redução de impactos ambientais: busca minimizar os danos ambientais causados pelo descarte incorreto de produtos e embalagens, promovendo o reaproveitamento de materiais e a redução do consumo de recursos naturais;
  • Recuperação de valor: através da reutilização, reciclagem ou remanufatura de produtos e componentes, a logística reversa tem como objetivo recuperar o valor econômico dos itens retornados, gerando economias para as empresas e reduzindo a necessidade de produção de novos produtos;
  • Satisfação do cliente e responsabilidade social: ajuda a atender às expectativas dos consumidores e às obrigações legais das empresas, melhorando a imagem da marca e promovendo práticas sustentáveis e socialmente responsáveis. Isso inclui a implementação de programas de retorno de produtos, garantias e recalls, proporcionando benefícios para os clientes e a sociedade como um todo.

Quais são as 4 etapas da logística reversa?

A logística reversa é um processo que abrange várias etapas, cada uma com objetivos específicos. As quatro etapas principais da logística reversa são:

  • Coleta: envolve a coleta de produtos, materiais ou embalagens do ponto de consumo, como clientes, revendedores ou centros de distribuição. Essa etapa pode incluir a organização de sistemas de coleta e logística, como pontos de entrega, rotas de transporte e incentivos para encorajar a devolução dos itens.
  • Consolidação e triagem: após a coleta, os itens retornados são consolidados e triados para determinar seu estado e destino adequado. A triagem pode envolver a classificação dos produtos com base em critérios como qualidade, tipo de material e potencial de recuperação de valor. Essa etapa é crucial para garantir que os itens retornados sejam encaminhados para o processo de recuperação mais adequado.
  • Processamento e recuperação de valor: depois de triados, os itens são processados de acordo com seu potencial de recuperação de valor. Isso pode incluir a remanufatura, reparo ou recondicionamento de produtos, a reciclagem de materiais ou a extração de componentes valiosos. O objetivo desta etapa é recuperar o máximo de valor possível dos itens retornados e reduzir o impacto ambiental.
  • Reintrodução no mercado ou descarte: Finalmente, os itens processados são reintroduzidos no mercado, seja como produtos recondicionados ou como matéria-prima para a fabricação de novos produtos. Caso a recuperação de valor não seja possível ou viável, os materiais podem ser descartados de maneira adequada e ambientalmente responsável.

Cada etapa da logística reversa requer planejamento e coordenação eficientes para garantir que os processos sejam executados de maneira eficaz e sustentável.

Quais são os principais tipos de logística reversa?

Os principais tipos de logística reversa incluem:

  • Pós-consumo: envolve a coleta e tratamento de produtos descartados pelos consumidores, como eletrônicos, embalagens, pneus e baterias. O objetivo é reciclar, reutilizar ou descartar adequadamente esses produtos, reduzindo o impacto ambiental e cumprindo com as regulamentações;
  • Pós-venda: trata-se do retorno de produtos por motivos como garantia, devoluções, recalls ou trocas. Nesse caso, as empresas precisam gerenciar o transporte, armazenamento, avaliação e reparo ou reciclagem dos produtos devolvidos;
  • Embalagens: foca na coleta, retorno e reutilização de embalagens usadas, como caixas, pallets e containers. Esse tipo de logística reversa reduz os custos e o impacto ambiental associados à produção de novas embalagens;
  • Sobras de produção: esse tipo de logística reversa lida com o retorno e o reaproveitamento de materiais e componentes excedentes ou descartados durante o processo de produção. Esses materiais podem ser reciclados, reutilizados ou vendidos como matéria-prima;
  • Ativos de empresas: envolve o gerenciamento e a recuperação de ativos corporativos que se tornaram obsoletos, danificados ou desnecessários. Isso pode incluir equipamentos, móveis e infraestrutura. Esses ativos podem ser vendidos, reformados ou reciclados.

Esses tipos de logística reversa ajudam as empresas a minimizar custos, reduzir o impacto ambiental, cumprir com regulamentações e melhorar a eficiência operacional.

Qual é a função da logística reversa?

Para que o plano de logística reversa seja bem aplicado, deve ser considerado o contexto atual da empresa. Mesmo assim, as funções deste processo podem ser bem gerais, como por exemplo:

  • Minimizar o desperdício e o descarte inadequado de materiais, promovendo a reciclagem e a reutilização.
  • Reduzir o consumo de recursos naturais e a emissão de poluentes, contribuindo para a preservação do meio ambiente.
  • Cumprir com as regulamentações e leis ambientais, evitando multas e penalidades.
  • Reduzir custos e aumentar a eficiência dos processos produtivos, gerando vantagens competitivas para as empresas.
  • Contribuir para a construção de uma imagem positiva das empresas junto aos consumidores e à sociedade, ao demonstrar preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade.

A logística reversa pode ser aplicada a diversos setores, como eletrônicos, automotivo, embalagens, produtos químicos, entre outros, e é uma parte essencial da gestão ambiental e da economia circular.

Qual é a importância da logística reversa?

A importância da logística reversa se reflete em diversos aspectos, tanto ambientais quanto econômicos e sociais. Entre os principais pontos, podemos destacar:

  • Redução do impacto ambiental: promove a reciclagem e reutilização de materiais, diminuindo a quantidade de resíduos sólidos descartados no meio ambiente, bem como a exploração de recursos naturais e a emissão de poluentes;
  • Economia circular: contribui para a criação de uma economia circular, em que os materiais são reintegrados à cadeia produtiva, reduzindo a necessidade de extração de recursos naturais e minimizando o desperdício;
  • Conformidade legal: ajuda as empresas a cumprirem regulamentações e leis ambientais, evitando multas e sanções que podem impactar sua reputação e seus negócios;
  • Vantagem competitiva: podem se beneficiar de redução de custos e aumento da eficiência em seus processos produtivos, ao mesmo tempo em que constroem uma imagem positiva e responsável no mercado;
  • Responsabilidade social e corporativa: demonstra o compromisso das empresas com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, gerando valor para a marca e conquistando a confiança dos consumidores;
  • Geração de empregos: pode criar oportunidades de emprego na coleta, no transporte, na triagem e no processamento de materiais recicláveis, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social.

Em resumo, a importância da logística reversa está na sua capacidade de promover a sustentabilidade, minimizar os impactos ambientais, cumprir regulamentações, criar vantagens competitivas para as empresas e gerar valor para a sociedade como um todo.

Qual é a importância da logística reversa no E-Commerce?

A logística reversa representa um dos maiores desafios operacionais no mundo da logística de frete de comércio eletrônico, devido ao grande volume e ao custo do processamento de retornos. Espera-se que a logística reversa efetiva resulte em benefícios diretos, incluindo maior satisfação do cliente, redução dos níveis de investimento em recursos e redução nos custos de armazenamento e distribuição. A quantidade de mercadorias devolvidas que vão para trás ao longo da cadeia de suprimento desde o ponto final (clientes) geralmente é muito mais do que as pessoas normalmente pensam.

Como exemplo, o enorme volume de retornos gerados em muitas empresas variou de 3% até 50% do total de embarques em todas as indústrias. Muitos outros estudos indicaram que os custos reais dos retornos ocupam cerca de 3% a 5% da receita total. Surpreendentemente, para as operações tradicionais de varejo de tijolos e argamassa, os retornos são 3 a 4 vezes mais caros que os embarques diretos (de saída). Em algumas indústrias, como publicação de livros, varejo de catálogo e cartão, mais de 20% de todos os produtos vendidos são eventualmente devolvidos ao fornecedor.

O que é mais surpreendente é que algumas indústrias estimam a taxas de retorno na faixa de 30% a 50%, com outras estimativas tão altas quanto 60%. Dado o status quo da logística reversa, a negligência da importância do fluxo logístico reverso abre uma oportunidade para criar e gerenciar relacionamentos com os clientes e fidelizar os clientes para o revendedor.

Para entender mais sobre logística e de processos em geral, venha conhecer o nosso curso de Black Belt e se especialize na gestão de processos e alavanque sua empresa ou carreira!

Curso Black Belt Promoção

Leia mais:

Virgilio Marques Dos Santos

Virgilio Marques Dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.