O que é Lean Logistics? A nova filosofia de Supply Chain
Melhoria de Processos

07 de setembro de 2016

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

O que é Lean Logistics? A nova filosofia de Supply Chain

Lean LogisticsLean, ao contrário do que muitos acham, não é apenas mais uma metodologia para a melhoria de processos, é uma filosofia. Dessa forma, neste artigo iremos nos aprofundar melhor neste filosofia através dos seguintes tópicos:




  • O que é o Lean Logistics?

  • Como aplicar o Lean na logística?

  • Qual é o conceito de Lean Logistics?

  • O que é logística?

  • Como o Lean Logistics ajudou os EUA a conter a Coreia do Norte?

  • E a Coréia do Norte?

  • Aprenda mais sobre Lean Logistics


O que é o Lean Logistics?


Lean Logistics está relacionado a trazer resultados expressivos através da criação de processos logísticos adequados aos clientes, principalmente evitando desperdícios.



Quando surgiu Lean Logistics?


foi Iniciado no Japão, durante seu período de reconstrução, o pensamento enxuto foi trazido ao ocidente por meio de um estudo do MIT, que resultou no livro “A Máquina que Mudou o Mundo”.  A técnicas tem como foco mudanças estruturais e filosóficas da organização, que a levarão à redução de desperdícios, por meio da eliminação ou redução de tarefas que não agreguem valor ao cliente, ou seja, pelas quais ele não está disposto a pagar.



Ideias centrais do Lean Logistics


Para isto, o Lean tem como conceitos centrais o kaizen, a melhoria contínua, o Heijunka e o Just-in-Time (JIT), que consiste, idealmente, na entrega de um produto apenas quando solicitado pelo cliente. Desta forma, o Especialista em Lean Logistics da FM2S domina a aplicação da filosofia Lean aos processos de logística e entrega, de modo a melhorá-los com o objetivo de aumentar o tempo e os processos de agregação de valor. Com isto, estará apto a tornar os processos de entrega disponíveis pelo maior tempo possível, ou seja, atendendo e superando às expectativas dos clientes.



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Como aplicar o Lean na Logística?


Apesar de as teorias da logística serem adotadas há pouco tempo na indústria, os princípios do fluxo eficiente de materiais e informações, visando atender os requisitos dos clientes, são adotados há vários séculos pela humanidade. Temos como exemplo a construção das pirâmides egípcias, que necessitou de enormes esforços para vencer a precariedade dos meios de transporte da época. O que o Lean Logistics faz é potencializar o processo.



No campo militar, encontram-se inúmeros exemplos, relacionados à entrega e manutenção de armamentos, e mantimentos para as tropas, como roupas, comida e remédios. Argumenta-se que uma das causas da derrota britânica na guerra de Independência dos Estados Unidos foi a logística ineficiente, que fazia com que as tropas dependessem quase completamente de suprimentos que vinham da Inglaterra, cruzando a navios o Oceano Atlântico.


Da mesma forma, a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial deu-se, em grande parte, por seu complexo e integrado sistema de suprimentos, que permitia a eles obterem recursos com baixo tempo de espera, mesmo quando em solo inimigo.



Qual é o conceito de Lean Logistics?



  • Logística: processo de gestão estratégica da aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e estoques finais, bem como dos fluxos de informação associados, por meio da organização e de seus canais de comercialização. Tem como objetivo maximizar a relação custo-benefício destes processos e as rentabilidades atual e futura, focando na execução de pedidos.

  • Gestão de cadeia de suprimentos: é um conceito mais amplo que o de logística, envolvendo a gestão de relações à montante e à jusante com fornecedores e clientes, de modo a entregar ao cliente um valor superior ao menor custo para toda a cadeia de suprimentos.



A logística pode ser entendida como uma orientação e uma estrutura de planejamento para a criação de um plano para o fluxo de produtos e informações relacionados a um negócio, enquanto que a cadeia de suprimentos busca a articulação e a coordenação entre os processos de várias entidades, fornecedores, clientes e a organização em si.


Este conceito coloca em evidência um dos princípios de W. Edwards Deming: é importante a busca da cooperação entre fornecedores e organização, buscando conjuntamente a solução para os desafios e a partilha de informações que permita ajustar estoques à demanda, como pregam os princípios do Lean. O foco da gestão da cadeia, então, está na cooperação e confiança entre todos estes elementos, de modo que o resultado final seja vantajoso para todos.



O que é logística?


Para exemplificar o conceito, é interessante destacar a citação de Arch Shawn, feita em 1915, a respeito do que é a logística e sua importância:




“As relações entre as atividades de criação de demanda e oferta física [...] ilustram a existência de dois conceitos: interdependência e equilíbrio. A falha em coordenar qualquer uma destas atividades com os seus companheiros de grupo e também com os do outro grupo, e a ênfase no dispêndio indevido colocados em qualquer uma destas atividades, com certeza perturbarão o equilíbrio de forças, que significa uma distribuição eficiente”



Shawn deixa clara a necessidade de coordenação conjunta de todas as etapas envolvidas desde o fornecimento de matéria-prima até a entrega do produto final ao cliente, ressaltando que a falta de coordenação tem como resultado a ineficiência na distribuição.



“Não são poucas as falhas dignas de campanhas de distribuição que ocorreram devido a esta falta de coordenação entre a criação de demanda e oferta física [...] Em vez de ser um problema posterior, a questão de oferta deve ser atendida e respondida antes que o trabalho de distribuição comece”.

Como o Lean Logistics ajudou os EUA a conter a Coreia do Norte?


Lean Logistics: em 2013, houve várias ameaças da Coreia do Norte contra os EUA, o Japão e a Coreia do Sul. A questão que preocupa a todos na realidade é se estas ameaças foram realmente fundamentadas ou se era apenas retórica vazia. Depois de alguns anos, vimos que era a segunda opção. Fizeram isso porque sabem que os Estados Unidos conseguiria facilmente, não apenas se defender dos mísseis coreanos como também contra atacá-los de maneira rápida e eficaz, por água, terra e ar.


Os EUA também sabem disso. No período, realizou o sobrevoo de seus aviões invisíveis B-2 (capazes de realizar ataques com armas nucleares) sobre a região, como um aviso para que o presidente da Coreia do Norte se lembre de recobrar a sua sanidade. Esses sobrevoos são apenas um pequeno reflexo do atual potencial das forças armadas americanas. Além do seu enorme potencial bélico, as forças armadas dos EUA utilizar vários conceitos do Lean para lidar sem demora, com situações como esta.



Como o Lean Logistics ajuda na defesa?


Durante toda a guerra fria, mas forças armadas americanas focaram em prevalecer frente a uma guerra total contra a União Soviética. Para isso, era preciso que eles possuíssem recursos redundantes e altos níveis de estoque. Com a queda da URSS durante os anos 90 e durante os anos posteriores, os americanos perceberam que seu maior desafio seria enfrentar conflitos pontuais. Além disso, a preocupação popular com uma guerra total caiu, levando consigo os recursos aprovados pelo congresso para manter inchada as forças armadas. Era preciso que suas forças armadas fossem rápidas, flexíveis e enxutas.


Assim, a Força Aérea, por ser estratégica na resposta rápida frente a ameaças regionais ao redor do globo, foi a primeira a implementar o Lean. Em 20 anos, seus níveis de estoque de armamentos caíram cerca de 40%, sem que fosse perdida a sua capacidade de resposta em conflitos pontuais. Além disso, esses armamentos, antes controlados pelo comando central, passaram a ser controlados pelos comandos locais, fazendo com que os esforços do diretório central pudessem ter foco na reestruturação dos meios de transporte, caso estes fossem afetados por ataques inimigos. Com isso, além da redução de custos, observou-se uma velocidade maior na capacidade de resposta frente a uma agressão.



E a Coréia do Norte?


Para exemplificar, citamos o caso da reposição de peças de voo. Se uma aeronave é danificada durante uma missão, ela volta para a sua base para ser reparada. Existem vários kits de reparo em estoque nesta base. Caso a base esse estoque seja destruído, perde-se os recursos da base, e há um atraso para a volta destes kits. Antes da implementação do Lean, este tempo era de 58 dias. Seriam quase dois meses nos quais os aviões não poderiam ser reparados. Com a implementação do Lean, este tempo caiu para apenas 4 dias. Além disso, o estoque na base perto da linha de frente foi diminuindo, reduzindo o risco de perder os armamentos e os custos da guerra. A mesma redução de tempo foi realizada na entrega de armamentos (como aviões e bombas atômicas).


É isso que os EUA esperam que a Coreia do Norte e agora, o Estado Islâmico tenham em mente, caso queiram cumprir suas ameaças. Mesmo que eles danifiquem severamente as bases na região (localizadas no Japão e Coreia do Sul) destruindo seus estoques, em 4 dias elas estarão operacionais novamente. As perdas deste primeiro ataque na destruição dos armamentos serão mínimas, assim como os estoques da base.



Aprenda mais sobre lean logistics


Shawn deixa clara a importância do foco no cliente e sua demanda. No nova Certificação Lean Logistics da FM2S,  veremos o quão perigoso pode ser para uma organização não poder, em certo momento, atender a demanda do cliente. Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre o que iremos abordar neste novo curso, sugerimos o download GRÁTIS de nosso e-book localizado no começo deste artigo. Ou, faça alguma de nossas certificações que abordam alguns conceitos sobre o tema, como White Belt, Lean, Green Belt ou Black Belt


Caso queira se aprofundar ainda mais sobre esse assunto, abaixo temos o vídeos da nossa Master Class de Lean logistics, que detalha ainda mais o assunto.




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Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.