Black Belts: os responsáveis pelos projetos Seis Sigma
Seis Sigma

07 de setembro de 2016

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Black Belts: os responsáveis pelos projetos Seis Sigma

O que fazem os Black Belts?


Primeiro, precisamos encontrar pessoas com considerável inteligência e bastante determinação para pensar “diferente” do nosso modo usual de pensar. Os black belts devem ter competência administrativa e técnica, uma combinação que nem todos apresentam, e capacidade de entusiasmar os funcionários da linha de frente e inspirar confiança na alta administração. Transformam a visão do Seis Sigma em realidade.


É óbvio que encontrar o black belt perfeito é impossível. Mas realmente descobrimos que temos nas empresas um número muito maior do que imaginamos de pessoas talentosas esperando para serem reconhecidas, aguardando uma oportunidade de serem testadas e de se destacarem. Isto acontece, pois, funcionários talentosos e ambiciosos não gostam de desperdiçar sua carreira andando em marcha lenta. Black Belts têm de se empenhar, enfrentar situações difíceis com decisão e sentimento de responsabilidade.



Como os Black Belts atuam nos Projetos Seis Sigma?


Black Belts tem de saber quando as enfrenta, contorna-las e evita-las. Eles ajudam a obter dinheiro para o projeto, portanto têm de decidir o destino de seus recursos. Um black belt pode economizar para a empresa de 150 a 170 mil dólares por projeto. Multiplique isso por quatro projetos por ano e estará falando de 600 mil dólares.


E como encontrar os black belts? Aprendemos que é útil encontrar alguém que já conhece a empresa, mas pode ter ficado frustrado com sua antiga abordagem. Os gerentes com uma formação técnica também parecem se sair melhor do que os outros. Mas, às vezes, os novatos podem incentivar o muito o projeto. Se possível, uma combinação dos dois muitas vezes é eficaz, por motivos óbvios.


Geralmente o Black Belt é mais eficaz quando representa seu papel há pelo menos dois anos, e não mais do que três. Mas depois de encontra-los, como treinar um Black Belt? 4 semanas.


Depois de casa semana de treinamento os black belts voltam para o local de trabalho e põem em prática o que acabaram de aprender. Diga-me e eu esquecerei. Mostre-me e eu lembrarei. Envolva-me e eu irei compreender.


Quando as pessoas põem em prática o que aprenderam, assimilam melhor os ensinamentos adquiridos. Eles os compreendem. Assim, podem vê-los produzindo bons resultado e não ficam esgotados com um treinamento ininterrupto. Além disso, começam imediatamente a economizar dinheiro para a empresa, pois já experimentaram o que aprenderam em seus primeiros projetos.



Quais as 4 fases dos Projetos Seis Sigma?


Os black belts saem dominando as quatro fases principais do treinamento Seis Sigma: como medir, analisar, melhorar e controlar os processos que produzem mais satisfação para o cliente, economia para a empresa e um resultado final melhor.


A exigência de que os black belts façam um projeto ao longo do curso, os força a aprender. Quantos cursos você já frequentou que, depois de algumas semanas, nem lembra mais sobre o que foi o curso? Cursos onde o sujeito apenas despeja os dados em você e não se importa em saber se assimila ou entende? Aqui, na FM2S você faz sua certificação no seu tempo, por meio da plataforma EAD.


Se você está tendo aulas de tênis, piano ou qualquer outra coisa, o professor não lhe dá uma semana de aulas ininterruptas e depois espera que tenha aprendido tudo. Em geral, lhe dá uma hora de aula, deixa-o praticar por uma semana e depois volta para aprender o próximo passo. É a mesma coisa aqui.


Ao acessar nossa certificação EAD, você conta com 1 ano para fazer o curso. Assim, você consegue assistir à uma aula e aplicar o conhecimento desta na sua vida. Depois, você acessa a próxima e assim por diante. Se de repente surge uma dúvida, pode nos encaminhar um e-mail ou fazê-lo por meio da plataforma, o que é mais recomendado. Fazendo isto, um de nossos tutores irá sanar a dúvida e acompanha-lo nesta caminhada.



Como é o trabalho de um Black Belt?


Muita gente reclama de trabalhar, mas ao ser um Black Belt, não posso reclamar não. É um trabalho que lhe dá muita visibilidade e credibilidade. Torna-se divertido ir trabalhar quando se tem tanta oportunidade e tanta responsabilidade. Antes de tornar-me Black Belts, era como se meu trabalho consistisse principalmente em um serviço inútil, anônimo, cansativo e interminável. Tinha de admitir que teria assumido outras responsabilidades se fosse mais estimulante.


Outra coisa que descobri é que pessoas parecem gostar de estrutura, plano, dos objetivos numéricos e dos papéis claros que o Seis Sigma oferece. Já ouvi relatos de seminários em que o instrutor perguntou aos participantes quantos deles tinham chefes que realmente os valorizavam e não queriam perde-los. Apenas um ergueu a mão. Não eram trabalhadores do Seis Sigma. As principais queixas que se ouve dos funcionários insatisfeitos não diziam respeito a salários baixos ou a longas e agitadas jornadas de trabalho. Eram estas: “Não sei o que o meu chefe quer” ou “Ninguém aprecia o que faço”.



Como o Black Belts capacita no Seis Sigma?


O Seis Sigma acaba com muitas delas, porque acaba com as dúvidas a respeito do que esperam de você, quando e por quê. E devido a toda essa responsabilidade, quando um projeto é concluído não há dúvidas em relação ao que cada membro da equipe fez.


Porém, no Seis Sigma, há além dos Black Belts, o Green Belts. Os Green Belts dão aos Black Belts o apoio de que precisam para executar o projeto. Por serem treinados no Seis Sigma, os Green Belts falam a mesma língua e se esforçam para alcançar os mesmos objetivos. Esse é o poder do Seis Sigma: é a primeira filosofia administrativa que opera de cima para baixo, portanto todos estão no mesmo barco.


E, para evoluir, os Green Belts podem tornar-se Black Belts se estudarem e saírem-se bem nos projetos. Os próprios Black Belts podem direcionar os esforços dos Green Belts. Por sua vez, os Black Belts de destaque, acabam tornando-se Master Black Belts. Depois de alcançar este título, eles acabam avançando para Champion e depois, para executivos. Como dizia Jack Welch aos seus colaboradores na GE: se quiser ser promovido, melhor tornar-se Black Belt.



Qual é o papel do Black Belt na Filosofia do Seis Sigma?


A filosofia do Seis Sigma existe há algum tempo. O conceito foi criado na década de 1980, na Motorola. Depois, o conceito foi aperfeiçoado e disseminado por outras empresas. Entre elas, pode-se citar a General Eletric, Allied Signal, Sony, Motorola e Polaroid, entre muitas outras. Mas sem dúvida, o maior embaixador da cultura foi Jack Welch. Na GE, ele conseguiu um aumento de margem de 13,5% para 16,7%. Ele mesmo, considerava este número impossível, mas acabaram gerando dividendos da ordem de 600 milhões de dólares.


O Seis Sigma ajuda as empresas a se engajarem num projeto de lucro certo, esquecendo muitas ideias malucas que assolam o país, como novos uniformes, novos aplicativos e uma campanha de marketing por ano, que por sinal, contradiz a do ano passado.


O mesmo aconteceu em todas minhas iniciativas, seja nas pequenas empresas ou nas grandes. No setor de saúde, ou de mineração. Para melhorar por meio de soluções de TI ou de fábrica. O Seis Sigma funciona.



Como se dá o Aprendizado do Black Belt?


E para os black belts deslancharem, seus gestores devem seguir o lema do General Patton: “nunca diga às pessoas como fazer as coisas. Diga-lhes o que quer que elas façam e se surpreenderá com a criatividade que o farão.” Quanto mais poder lhes delega, mais criatividade e energia os black belts obtém delas.


Quando você é responsável pelos bons ou maus resultados de algo que fará, se esforçará muito mais. Se for apenas membro de uma comissão, em que ninguém é responsável pelo sucesso ou fracasso geral, não espere muito.


Os black belts possuem estrutura e ferramentas. A estrutura é saber o que fazer e quando fazê-lo, com prazo e objetivos numéricos, e as ferramentas estatísticas são para analisar como está se saindo e o que precisa ser feito a seguir. Assim operam os black belts.

Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.